O Homem do Castelo Alto – Philip K. Dick


cover

O Homem do Castelo Alto (The Man in the High Castle) é uma estória de distopia, romance e ficção científica escrito em 1962 por Philip K. Dick.
A estória se desenrola em um Estados Unidos de 1962, quinze anos após as potências do eixo (Alemanha, Itália e Japão) derrotarem os Aliados na Segunda Guerra Mundial.
Como resultado da derrota os Estados Unidos foram ocupados em parte pela Alemanha Nazista e pelo Império do Japão.
É uma importante obra de distopia, tendo ajudado a definir outras obras futuras do gênero. Foi vencedor do Prêmio Hugo de 1963, na categoria Melhor Romance tornando Dick conhecido nos meios de ficção científica.

Veja um mapa da situação dessa realidade alternativa imaginada nesse livro (clique para aumentar):

Man_In_The_High_Castle_map

Sinopse

O ponto de divergência entre a história e a ficção de Philip K. Dick foi imaginado como sendo o assassinato de Franklin D. Roosevelt em 1933, que foi então sucedido pelo vice-presidente John Nance Garner, e após por John W. Bricker. Ao contrário de Franklin D. Roosevelt, eles não foram capazes de superar a Grande Depressão, e ambos seguiram uma política isolacionista evitando se envolver com a segunda guerra mundial. Com isso os Estados Unidos não auxiliaram o Reino Unido e a União Soviética contra a Alemanha Nazista, e tiveram que enfrentar apenas o Império Japonês, entrando em guerra em 1941. Então a URSS caiu em 1941 sendo ocupada pelos nazistas, e a maioria do povo eslavo foi exterminado. O povo eslavo sobrevivente foi fechado em regiões isoladas, tendo regredido a algo semelhante à situação da época da idade média.
Os japoneses derrotaram completamente os Estados Unidos no ataque de Pearl Harbor, expandiram seu poder naval, ocuparam o Havaí, Austrália, Nova Zelândia e o Sudoeste do Pacífico, e posteriormente até mesmo os EUA caíram sobre o domínio do Eixo.
A Costa Leste dos EUA ficou sobre controle alemão, enquanto a Costa Oeste ficou sobre domínio Japonês. A região do meio-oeste e sudoeste permaneceram sofrendo forte tensão tanto dos nazistas como dos japoneses.
Tanto o Japão como a Alemanha tornaram-se as novas superpotências, e entraram em uma Guerra Fria equivalente a enfrentada pelos EUA e URSS na nossa realidade.
Depois de Hitler ter sido incapacitado pela Sífilis (Philip K. Dick realiza aqui alguma justiça poética!), o novo chanceler nazista foi Martin Bormann, que prosseguiu com o Império Colonial da Alemanha, massacrando raças consideradas inferiores, assassinando judeus pelo mundo, inclusive no que restou dos EUA, e realizando um genocídio maciço na África.
A Alemanha fortaleceu sua posição tecnológica, e o programa de mísseis avançou consideravelmente, de forma que em 1962 eles tinham um sistema funcional de foguetes comerciais, utilizados nas viagens intercontinentais (uma viagem de Tóquio à São Francisco levava menos de 45 minutos), e também avançaram na exploração espacial, enviando missões à Lua, Vênus e Marte, sendo que o primeiro homem a pisar em Marte foi um alemão nazista em 1950, e agora partem para colonização do sistema solar.
A televisão é a mais nova inovação tecnológica da Alemanha.
O Império Japonês não tem o mesmo desenvolvimento tecnológico da Império Nazista.
A morte do chanceler alemão inicia a corrida pelo poder na Alemanha, e Joseph Goebbels (o ministro da propaganda de Hitler) disputa com Reinhard Heydrich o poder.
Nesse cenário conturbado, um livro proibido – escrito pelo “Homem do Castelo Alto” – toma conta da imaginação das pessoas por descrever um mundo onde a guerra não foi vencida pela Alemanha.
O I Ching, o milenar oráculo chinês, tem um papel fundamental na vida das pessoas e até nessa ficção dentro da ficção, escrita pelo Homem do Castelo Alto.

Considerações sobre o livro

O livro não mostra uma história linear, pois cada personagem segue sua própria vida, com ligações diretas ou indiretas entre eles, muitas vezes ligações que eles não percebem. Três dos personagens principais usam intensamente o I Ching para orientar suas vidas.
A utilização do I Ching é muito intensa tanto pelos japoneses como pelos americanos.
Philip K. Dick, em uma entrevista, revelou que consultou o I Ching diversas vezes para realizar escolhas no desenvolvimento do roteiro.
O livro pode ser considerado uma distopia considerando uma linha alternativa da história, e Philip K. Dick realiza um trabalho muito competente que nos faz refletir a todo momento sobre como o mundo poderia ser se Hitler tivesse vencido.
Recomendo a leitura deste livro, que é um dos melhores deste autor!

2 comentários sobre “O Homem do Castelo Alto – Philip K. Dick

  1. Pingback: Vencedores do Prêmio Hugo de Melhor Romance | Leituras Paralelas

  2. Pingback: Do Humans Dream of Other Realities? – Tibor moricz | Leituras Paralelas

Deixe um comentário